terça-feira, outubro 23, 2007

Rush of blood to the head...

Era assim que se sentia... Sentava-se no chão da pequena salinha escura numa solidão convidada. Cruzava as pernas e ajeitava-se com o portátil novinho em folha. Passava sempre a mão pela tampa, como se de um gesto se tratasse. Hábito diria mais. Tinha sido tão desejado... Password... e a primeira coisa que fazia era ligar o mediaplayer. Era assim para o conservadora: só músicas com pelo menos uns dois, três anitos até ao fim dos anos setenta. Na sua lista só entrava aquela música que já tinha amadurecido. Os novos hits só na rádio e apenas para companhia. Um pouco como o vinho, de que até nem gostava muito. Era mais do género de entrar dentro da música, aquelas que só passado alguns anos nos conseguimos identificar e só após termos passado por dadas situações conseguimos, no nosso âmago compreender. Sem ela não conseguia escrever. Era como uma musa. Fazia sentir tudo o que não nos conseguimos forçar a sentir num dado momento e usáva-la para avançar com as palavras. Electrizante, hipnotizante, bela como se querem todas as coisas. Fazia afluir o sangue ao cérebro e lá as célulazinhas pareciam mover-se na sinfonia que os lentos dedos tentam traduzir em frases e essas em texto. Como a música 'rush of blood to the head'...

sexta-feira, outubro 19, 2007

O Segredo é

Pensares em tudo o que tens de bom à tua volta. E quando isso não chegar agarrares-te a um bom livro, aquele que tinhas mesmo de ler! Até pode ser um livro mau se isso significar comprá-lo ou pedi-lo emprestado e depois atirá-lo para o lado insatisfeito! Adormeceres num sofá às três da manhã abraçado à tua manta favorita só por que sim, apeteceu e soube bem. É empenhares-te naquilo que queres alcançar, o que tens de fazer para lá chegar. Programa a tua vida a vai dando os passos que tiveres que dar, ainda que pequenos. É cada dia ser uma vitória, acordares e adormeceres com um sorriso porque sabes que és realmente bom naquilo que fazes. Fazeres aquilo que queres e te apetece no momento que afinal a vida são dois dias, há espaço para a espontaneidade, para deixares os raios de sol penetrarem na vida cinzenta. Envolveres-te com os outros como nunca fizeste antes: as relações não têm de ser um sim ou um não. Mostrares quem tu és e deixares os outros revelarem o que têm de bom sem demonstrares preconceitos, sem forçar ou esperar nada em troca. É saberes que podes ser feliz por ti próprio e que não são os outros que fazem a tua felicidade, apenas lhe acrescentam algo. É não viveres para o passado: bom ou mau já passou e tu ainda cá estás. É deitar uma lágrima porque sentes e estás vivo. E é tão bom estar vivo. É tão bom amar e ser amado incondicionalmente nem que seja pelo próprio gato! É esqueceres o que te fizeram e saber perdoar e encontrar a paz. É seres assim: humano. E posso repetir um milhão de vezes: sente, sente, sente, sente, que a vida é só uma e esta é a única que temos e a única coisa que sentiremos no leito da morte foi o que vivemos. Ser feliz. Este é o meu segredo. O meu nome é Rita, tenho 20 anos e nunca fui tão verdadeira como hoje.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Simpsonize Me


A única coisa que se faz com o pouco tempo disponível. Produtivo não é? Vá vão perder tempo também!
PS: A boneca é bem mais gira que o modelo real!

domingo, outubro 07, 2007

Mais Arte?

Joel-Peter Witkin

Este senhor utiliza corpos, que por vezes vai buscar à morgue para as suas fotografias que são algo entre o surreal e uma imagem saida de um filme de terror. O fotografo já tem utilizado modelos vivos na mesma fotografia que cadáveres. Chamem-lhe o que quiserem: Sádico, oportunista, doente, artista... As suas criações tem sido palco de temas tabu e desconfortáveis para as pessoas: morte, sexo, cadáveres em decomposição... Os seus modelos: anões, transexuais, hermafroditas e pessoas com deformações.

Um dado a considerar: de acordo com o artista a sua visão foi muito influenciada por um acidente de viação a que assistiu quando era criança no qual uma rapariga foi decapitada! Mais fotos aqui.

PS: Versão do autor do quadro "As Meninas" de Velasquez.