terça-feira, julho 11, 2006

Teoria da Relatividade

Sentou-se no canto mais recôndito do bar. Ajeitou o cabelo e o justo vestido preto. Ouviu um som enervante e sentiu o tecido a ceder debaixo de si. As amigas tinham ido dançar. Olhou em vollta e verificou: o vestido rasgara a todo o comprimento do traseiro. Tinha de sair dali! Para cúmulo do azar as amigas tinham ido dançar para o meio da pista de dança. Estavam a dar espectáculo. Era mesmo o feitio delas. Agora nunca iam reparar nos sinais nervosos que fazia para lhes chamar a atenção. E o pior é que até gostaria de estar a dançar, coisa que as doze horas de trabalho e sapatos agulha impediam de forma veemente.
"Burra, burra, burra", pensou. Fora má ideia fazer as tais horas extraordinárias, aceitar o convite para sair, deixar que as amigas a vestissem e maquilhassem. Por esta altura devia ter a pintura toda borrada: esquecia-se e esfregava os olhos de sono. Isto não era o seu estilo. Provavelmente ficaria uma hora à espera que as fenomenais bailarinas a que chamava amigas se lembrassem dela e a fossem salvar. Nos entretantos conheceu alguém que reparara nos sinais lançados à pista de dança e pensara que eram para ele. Ela corou e voltou a ajeitar o vestido. Ele convidou-a para dançar. "Que bom! Ele não viu o rasgão!" Não pôde aceitar. Ele sentou-se no bar e pediu uma bebida. Ficaram uma hora a conversar sobre tudo: vida, morte, interesses, filosofia, familia, amigos... Tudo, tudo, tudo... Convidou-a mais uma vez para dançar. Desculpou-se, não podia mesmo aceitar. "Mostrar o traseiro a toda a discoteca? Não me parece."
Ele duvidou do tempo que passara. Ela, afinal não estava interessada. Durante uma hora fez papel de parvo. Que ela só se queria ver livre dele e que ele, estupidamente confundiu as risadas com nervosos "vai-te embora". Se era isso que ela queria era isso que ele iria fazer. Despediu-se dela com dois beijos e desapareceu na confusão.
Enquanto o via a afastar-se ela pensava: "Não vás. Espera. Mas não posso ir contigo. Nem sequer pudemos trocar os nossos números..." Aquela hora evaporou-se num minuto. queria outra hora, não, queria duas, mais... As amigas apareceram por fim. "Estás bem?" "Não. Rasguei o vestido."
Põe a tua mão no fogão durante um minuto e parecerá uma hora. Senta-te com uma rapariga bonita durante uma hora e parecerá um minuto. Isto é relatividade.
Albert Einstein

8 comentários:

Alien David Sousa disse...

Isto é para todos os que colocaram um quadrado negro no blog e que fizeram a lista das instituições, escolham uma dessas instituições e façam um texto de critica nos respectivos blogs.

NOMYA,mesmo não tendo aderindo desdo o inicio, podes sempre faze-lo escrevendo o texto e deixandom uma mensagem no texto do PLANETRIX dizendo que o fizes-te para o podermos vir ler.
bjs

ricardo disse...

:D
gostei do post

poca disse...

sim... mas eu continuo a ter uma teoria da conspiração... acho que o tempo é um brincalhão...
quando queremos que passe ele pára, quando queremos que páre... ele corre!

8 e coisa 9 e tal disse...

Einstein là sabia o q dizia com E=mc2.
Gostei do post e da frase com q remataste! Obrigada pela visita.

Luisa Seabra disse...

Essa teoria é mais que certa, ou não fosse o Einstein um génio...e também concordo com a Poca... é mesmo assim... o tempo ainda é das poucas coisas que o homem não consegue controlar totalmente, e com o qual trava duras batalhas...

Anónimo disse...

E lá está o génio a mostrar um poco + do seu conhecimento! Sem dúvida que ele sabia o que dizia!´

bjs

Nomyia disse...

Caro anónimo :D

Excelente observação! Estive indecisa entre entre pô-los a falar enquanto praticavam paraquedismo mas a conversa no bar de uma discoteca pareceu-me mais irrealista. Quanto ao resto que posso dizer.. Sou uma romÂntica ;)
*****

Fátima disse...

sabes o que me fez lembrar? cinderela de sophia melo breyner andersen... =)**