A cada novo dia um só ritual: fazer jogging pelas concorridas ruas da cidade. Ás vezes com amigos e se, se adiantasse só. Fazia os 8 km sem esforço e ao final sentava-se no parque durante 5 minutos apenas a observar. Um pai a ensinar o seu filho pequenote a andar de bicicleta, um senhora, alheia aos protestos reprovadores de quem passava a atirar pão aos pombos. Um casal muito enamorado a tentar evitar uma explosão de afectos e carinho na via pública e… No banco, ao lado dela, um gorro. Grande, vermelho, perfeito. Um gorro de Pai Natal, perdido num banco de um parque em meados do décimo primeiro mês. E olhou de novo, ali estava ele, tão lindo e sozinho.
Piscou o olho ao petiz que já conseguia avançar uns cinquenta centímetros completamente sozinho. A criança esboçou um sorriso de tamanho de todas as coisas lindas. Ela apontou para o chapéu. Vestiu-o e vestiu um sorriso. Os olhos do pequenote brilhavam. A senhora parou de alimentar os pombos e olhou. O casal afastou a paixão dos seus desejos mais prementes e, também eles, ficaram a observar a cena. Estaria ela a fazer papel de ridícula? Um gorro de Dezembro numa cabeça jovem de Novembro? Uma mãe Natal vestida com uma t-shirt antiga e calças de treino? Tirou o gorro.
A corredora olhou em frente: o pequeno aprendiz de ciclista caíra e magoara-se. “Vês? Eu não te avisei?”, admoestou o pai. “Anda vamos. A tua mãe está a tua espera”. A senhora dos pombos tinha desaparecido. O jovem casal entregara-se, uma vez mais, aos prazeres carnais.
A magia fora-se. Não mais haveriam sorrisos inocentes nem olhos brilhantes. Afinal, não passava de uma corredora que tinha encontrado um gorro vermelho. Sem ele, não existia a felicidade. Era símbolo do bem e símbolo do mal. Porque é o que todos desejam mas só alcançam num único dia, o dia em que se pode ser feliz. “Acho que perdeste isto!”, disse-lhe a amiga de todas as corridas, que surgiu de detrás do banco, pondo-lhe o gorro na cabeça. “Anda lá correr mais uns quilómetros a ver se alegras esse espírito, estás com cara de quem ainda corria mais oito!”
Piscou o olho ao petiz que já conseguia avançar uns cinquenta centímetros completamente sozinho. A criança esboçou um sorriso de tamanho de todas as coisas lindas. Ela apontou para o chapéu. Vestiu-o e vestiu um sorriso. Os olhos do pequenote brilhavam. A senhora parou de alimentar os pombos e olhou. O casal afastou a paixão dos seus desejos mais prementes e, também eles, ficaram a observar a cena. Estaria ela a fazer papel de ridícula? Um gorro de Dezembro numa cabeça jovem de Novembro? Uma mãe Natal vestida com uma t-shirt antiga e calças de treino? Tirou o gorro.
A corredora olhou em frente: o pequeno aprendiz de ciclista caíra e magoara-se. “Vês? Eu não te avisei?”, admoestou o pai. “Anda vamos. A tua mãe está a tua espera”. A senhora dos pombos tinha desaparecido. O jovem casal entregara-se, uma vez mais, aos prazeres carnais.
A magia fora-se. Não mais haveriam sorrisos inocentes nem olhos brilhantes. Afinal, não passava de uma corredora que tinha encontrado um gorro vermelho. Sem ele, não existia a felicidade. Era símbolo do bem e símbolo do mal. Porque é o que todos desejam mas só alcançam num único dia, o dia em que se pode ser feliz. “Acho que perdeste isto!”, disse-lhe a amiga de todas as corridas, que surgiu de detrás do banco, pondo-lhe o gorro na cabeça. “Anda lá correr mais uns quilómetros a ver se alegras esse espírito, estás com cara de quem ainda corria mais oito!”
PS: Em resposta a um desafio aqui.